sábado, 14 de agosto de 2010

Arranhões


Arrasta o coração sangrando

Parte a parte de saudade

Fatiado pra degustação amarga

Longe ajunta justos os nós

E volta a desatá-los na manhã de nuvens

Quando a dor pede arrego

De joelhos

E amarra seca a solidão no canto da cama

Beirada ao desespero

Por sede de luz

Por brechas aflitas

Entre giros da manhã sem nuvens

Sem vestígios de chuva doce

Apenas restos e arranhões.



Stênio França, 01 de agosto de 2010.


2 comentários:

  1. Gostaria de escrever palavras como você, cada letra um peso e o fim é desastroso quase uma bomba de sentimento. Muitos adorariam obter a sabedoria de ler o mundo como você faz, mas poucos entendem que o combustível dos seres são todos os sentimentos fugitivos que em outra hora habitou cada pessoa sem distinção e por os mesmos foi expulso.

    PARABÉNS

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  2. Ao menos que eu seja pouco modesto, mas adoro receber comentários.. Não que eles sirvam pro meu ego, mas somente apenas pra ver meu texto na cabeça de outras cabeças, é um prazer.

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