sábado, 31 de dezembro de 2011

Contida



Acuando

De uma ponta a outra

Num balanço a outro

Esse líquido – sem cor.

Desprendo de ângulos

E espremo essa água contida

Que mesmo de tanto piscar

De olhos ver só cair uma gota

Serena...

Uma conta do céu.


Stênio França, 26/12/2011.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cenário



A tua mão que mora longe, cá brinca no meu travesseiro, passeia entre os pelos e se prende. Aquela noite cálida agora vomita de uma só vez, o triste quarto que não cabe mais em mim. Aqui os teus olhos garante alegria nos meus. Surge, súbita, céu e nuvens no silêncio, surgem asas no instante. Um abrigo. Um rastro. E descanso em ti.

Stênio França, 19/06/2001.

sábado, 21 de maio de 2011

Oco




Nesse meio de medo
De termos
Nesse tempo oco sem cheiro
O vento torto me trouxe aqui, até aqui
Sem dono, sem freios
Nem chão de meias
Sem partes de mim
No fim...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Eternidade em uma noite


E já que a janela se abriu, eu pedi que todos os medos tivessem o caminho de ida sem volta, ou pedisse carona do vento naquela hora que saia, entrava e engolia a aflição abafada e a felicidade eminente naquela noite de chuva calma e corpos quentes. Eu fiz promessa, eu explodi, e senti ali a eternidade em uma noite, de uma só vez.


Stênio França, 21 de Fevereiro de 2010.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

I


No embalo, uma hora talvez, o nosso corpo se encontre a longo prazo, e fiquemos estáticos alguns minutos, e eu logo repare, cá pra mim, os teus exatos e perfeitos traços em cama.


Stênio França, 9 de Fevereiro de 2010.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Incumbência


Como se...

Uma chuva forte mandada

Mostrasse novos tempos e delírios naquela noite

Escondidos debaixo no narizinho enfeitado do menino agridoce

Que sonhava junto uma nova forma de gostar e ser feliz

Como se...

As lágrimas ansiosas (guardadas há muito tempo, prestes a explodirem)

Formassem grandes pingos que caiam do céu-azul chuvoso na noite atropelada

A noite sem chão, mas colorida

Que chegou e cuspiu todos os desejos incumbidos

Gritados por toques, mãos e derivados.


Stênio França, 17 de Janeiro de 2011.

Púrpura



Em um frasco - púrpura,

Levo tuas mãos sorrindo

Teus olhos dormindo

E o teu jeito brincado

No meu peito

De sonhos...

Induzo o desejo

Guardo segredos

Nos teus braços

De ser tua alma

Dentro de mim.

Sugo esperto o teu pólen

Confesso...

E Vejo em ti

As cores do céu com apego.

Stênio França, 09 de Dezembro de 2010.