
Quando saio na linha da vida
A luz do meio-dia declama meu chegar
E barra o tardo na porta de saída
Cansada de guardar meu sono, boceja pra libertar-la
E pra disparar tiro — feito penas — de salivas sobre o esgoto da inconsciência
E mesmo que sonolento
O gosto da vida me chama pro café perdido
Vou de pés calçados de conjuntura ritímica
E o sangue parado toma gosto pra coisa
Fervem em densos movimentos e os meus pés levantam vôo
Representado como um jovem destro e enérgico, salto!
Transforma-me em Hermes de súbita metamorfose
Fazendo-me deus do sonho, dono de mim
Pois minhas asas são de aço
Minha alma é de nuvens
Minha vida é de Vênus
É de sonhos.
Stênio França, 19 de junho de 2010.